Eu sou dessas “outras” – apressada demais para dar um beijo, desastrada demais para dar um abraço, orgulhosa demais para aproveitar o momento de dizer algo carinhoso. Acho que as pessoas gostariam mais de mim se soubessem a quantidade de vezes que me passam pelo pensamento, se percebessem que alguns dos meus sorrisos são de amor e carinho – não só de boa disposição – e se soubessem que eu sou só distraída, mas não desapegada.
Com o Man é igual, entre as brincadeiras, os risos, as conversas e o sexo, há muita coisa – mas muito pouca meiguice.
Há os beijos (provocadores), claro – também há os abraços (dele, quando estamos deitados), há as palavras sempre elogiosas (dele também) e depois há a atenção desmedida pelos detalhes (porque ele é um homem de detalhes) e a preocupação sobre o meu bem-estar.
Depois, há a magia.
Ontem, depois da segunda ronda de sexo – no carro – saí de cima dele, na tentativa de nenhum de nós morrer de calor. Rimos sobre o assunto – enquanto ajeitávamos as roupas – e encostei as costas ao braço dele, apoiei-lhe a minha cabeça no ombro e posicionei o braço de maneira a mexer-lhe no cabelo. Quando dei por mim, estávamos os dois em silêncio a ouvir a música que passava na rádio e a ver a chuva deslizar pelos vidros – e assim ficámos até ser difícil combater o sono.
É interessante porque nós até nem somos pessoas silenciosas, nem caladas – por hábito – e no entanto nunca os momentos de silêncio foram constrangedores. Para mim, isso diz muito sobre o nosso entendimento – e é uma das coisas que mais me dá segurança.
*Fica a dica de que a Mega FM passa música óptima às
04h00 da manhã.*