A Relva do Vizinho…

Desde já, tenho a dizer que “traição” não é coisa para mim – descobri isto ontem, quando fui treinar na concorrência com um amigo.
Apesar de saber que estava lá só por brincadeira e para averiguar preços de maneira a “manter um olho no inimigo” – passei o tempo todo com uma sensação de culpa no estômago.
Posso afirmar que passado a admiração inicial – sim, é espaçoso, elegante e até glamoroso (para um ginásio) – é principalmente grande demais e impessoal, é frio também – na temperatura e no ambiente.
Sim, têm muitas máquinas e parecem (são?) todas novas, mas umas quantas também parecem inúteis. Na parte das máquinas de cardio, o ambiente era de cortar a faca – tirando isso, admito que aquelas passadeiras e bikes metem inveja.
Dito isto, eu que sou menina de aulas de grupo – e que apanhei uma seca tremenda com o meu PT emprestado – fui espreitar as ditas cujas.
E eu percebo que quando se está numa aula de Indoor, a vontade de falar não é muita, mas pelo menos no meu ginásio os prof’s ainda se metem connosco e puxam por nós individualmente – ali não, é pedala praí que é bom, só não caias para o lado. O mesmo na aula de Pilates, onde só se ouvia silêncio. A aula de Jump lá parecia mais animada, mas deve de ser impossível saltitar que nem um canguru e não parecer animado. Não era dia das minhas aulas de eleição, por isso o meu Man do BPump e do BCombat, está safo – ainda não o troquei.
Nos balneários – os chuveiros individuais são elegantíssimos, mas as torneiras de temporizador são péssimas e a água podia ser mais quente, existe sim uma quantidade industrial de cacifos e mais espaço, mas também existia pouca gente a encher o mesmo.
No final, eu só tenho a dizer que não ia treinar ali nem dois meses, é mais que certo.

Tudo isto não é do vosso interesse, eu sei - mas para mim é um orgulho.
No meu ginásio não há tanto espaço como na concorrência, não há equipamento novo, não há tantas aulas, nem tantos horários – mas há convívio, há instrutores de quem todos gostam, há acompanhamento individual, há risos, há conversas e há café à quarta-feira, às vezes até há crepes.
No meu ginásio não há vínculos contratuais, mas há vínculos para a vida – de amizade.

A relva do vizinho parecia bem mais verde do que aquilo que de facto é.