quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Das Surpresas...

Eu gosto de falar. Não há muito a dizer sobre isso – como mulher que sou – conversar está-me no sangue. No entanto, há coisas que não digo – porque não sinto necessidade de as dizer. Por vezes sinto que certas coisas "não aquecem nem arrefecem a situação.
Por norma, essas “coisas” são os meus sentimentos – tenho pouca necessidade de dizer “gosto de ti” ou “amo-te” ou “fazes-me bem/feliz”. São coisas que para mim estão subentendidas – algures na minha mente, parto do princípio que é óbvio/lógico.
Afinal, se estamos com alguém é porque queremos – digo eu.
Mas há pessoas que precisam de ouvir essas palavras para saber – e eu sou uma delas. Estranhamente – eu que até sou muito dada a atitudes – dou por mim a necessitar de ouvir esse tipo de coisa, para ficar convencida de que não estou a interpretar erradamente as ditas atitudes.
Diz que os outros também interpretam errado – diz que atitudes como ir ao café podem indicar segundas intenções, mesmo depois de teres sido explícita sobre aquilo que não queres e que não sentes. Ok, talvez seja – sei lá! Nunca estive em semelhante situação. Mas pela minha parte eu sou muito sincera, honesta e directa nas palavras – apenas achei que podíamos continuar amigos. Afinal de contas, vindo de uma pessoa que ficou amiga de quase todos os ex’s – parece lógico.
Diz que nem por isso…
Ontem, de uma conversa banal, já com um pé fora do carro – ganhei um almoço.

Não houve índice de ciúme na atitude dele, só um ar arrogante de menino reguila que dizia claramente “Eu sei de algo que tu não sabes, estás a ser enganada” – “23 aninhos, não é?” disse ele com um sorriso provocador. Eu – mais sabida do que aquilo que pretendia efectivamente admitir – joguei o tudo ou nada. Perguntei se a troco do almoço com o amigo das segundas intenções, tinha direito a almoçar com ele.
*Deve de haver um motivo qualquer para eu andar com ele – algo para além do sexo escaldante e das horas intermináveis passadas a rir – começo a achar que é o Efeito Surpresa.*
Mais uma vez, caiu-me tudo quando ele respondeu simplesmente que sim, que vinha almoçar comigo.
*Que arrogância! Eu já tinha almoço combinado, o que é que passa pela cabeça de uma pessoa para achar que o vou desmarcar assim? Mas ele, nem piscou. E eu, claro, disse simplesmente que almoçava das 13h as 14h. É fraqueza – não é amor, é fraqueza física mesmo – daquela que impossibilita resistência a um sorriso de menino, acompanhado de um olhar provocador de homem feito.
Cheirou-me a ciúme – mas com muita classe, diga-se.
Mas não sei, porque ele não disse.*

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