Veio
assim do nada, numa conversa que quase poderia ter sido banal – se já não fosse
por si só invulgar estarmos a trocar mais de dois sms. Dois sms é o costume
entre nós, o primeiro para mostrar “pensei em ti”, o segundo para responder,
sempre com um pormenor querido, provocador ou brincalhão – porque quando só se
tem uma mensagem, há que fazer valer o texto.
Em raras excepções, trocámos perguntas ou respostas rápidas e concisas. Quando
é para combinar, ele telefona e quando eu quero combinar mando-lhe uma mensagem
a pedir-lhe para me ligar, quando tiver um bocadinho – o Man tem horários diversos,
que eu nunca acompanho muito bem. Conversas temo-las cara a cara, no carro, no
sofá, na cama – conforme bate a vontade.
Hoje, depois do habitual, surgiu um “quero estar contigo mais logo” e, depois
de algumas provocações, aquele “nem eu te quero partilhar !”. Respondi em tom
de brincadeira e de provocação – que de momento até me andava a satisfazer, por
isso tudo bem.
Sinto vontade de repetir que não quero apressar isto porque continuo a não saber
em que pé é que o Man está e o que ele realmente pretende – mas quem não sabe
onde está ou onde quer chegar, sou eu!
Eu é que estou a ser covarde, cheiinha de medo de dar confiança e de ser lixada
– porque já o fui. Repleta de receio de me apaixonar e de parecer ridícula – face
a nossa diferença de idades! Preocupadíssima com aquilo que ele vai pensar de
mim – quando nunca me preocupei com o pensar de ninguém!
Lá bem no fundo eu sei que estou caidinha, muito antes de estarmos juntos já
ele me arrancava sorrisos, já o meu olhar se prendia nele. Agora, conquista-me
todos os dias com as coisas mais parvas e mais simples – sempre tão adequadas e
cheias de pormenores que nunca passam despercebidos.
Mas enquanto tudo isso for só meu ele não saberá o quanto pode magoar ou
atingir – e eu só não quero ser magoada ou atingida. Mas também quero ser
honesta com ele e quero que ele saiba em que pé é que eu estou, que estou nisto
a sério e que estou com ele não só para os sorrisos e bons momentos.
Preciso de ganhar coragem e de me arriscar – preciso de ser eu, directa até no
que não devia, que fala sem pensar na consequência das palavras – mas está a ser
difícil…
ღ Elizabete
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