Talvez seja uma coisa minha – idealizar coisas e pessoas, só porque sim, só porque à primeira vista parecem… algo. E talvez seja uma coisa minha – aperceber-me de que não, não há perfeição e que bom mesmo, é o que nós temos.
Tenho uma Avó que é bem conservada – digo, porque todos dizem, sempre disseram “Tua
avó?! Mas que idade é que ela tem?!” e sempre assisti a coisas como “Sua filha,
não é possível – parecem irmãs!”, entre outras coisas assim genuínas, que me
pareciam engraçadas na altura, mas que não valorizava – para mim é a MINHA Avó,
tem a idade normal de uma Avó e parece-se com uma Avó.
A minha Avó não teve uma vida fácil, passou por
dificuldades que a vida lhe impôs e por dificuldades que se impôs a ela própria
– primeiro em nome das filhas, mais tarde em prol das netas. Viveu por nós,
tanto ou mais que por ela e tem arcado com todos os nossos problemas, stresses,
desvaneios e desatinos com um aperto no coração – porque é uma pessoa tão
preocupada, como eu sou nervosa.
A minha Avó, já passou por tantos problemas de saúde que
lhes perdemos a conta e mesmo assim consegue continuar positiva com a vida,
cheia de uma Fé que nada parece abalar – e deve de ser isso que se vê por fora,
que faz dela uma mulher bem conservada, como qualquer pessoa poderá confirmar –
apesar de não usar cremes caros, nem nunca se ter submetido a nenhum tipo de
intervenção estética.
E andava aqui uma pessoa – eu – com pretensões de ser como a L., porque a gaja é gira, parece ter 10anos a menos dos 45 que efectivamente tem, veste-se bem e usa saltos altos, daqueles que gosto, que são altos a sério. Casada, com dois filhos e uma barriga lisa que anos de dieta e de ginásio não me vão proporcionar. E pronto, deu-me para achar que era “assim” que eu queria ser quando “fosse grande” – que eu não quero chamar “velha” a ninguém, só às Avós, às vezes.
Mas o “assim” tem muito que se lhe diga. O “assim” perde glamour quando se vem a saber do casamento de traições, do que uma pessoa está disposta a fazer em detrimento de outras, do facto de “ser assim” parecer acabar com qualquer réstia de dignidade – como se o Amor-próprio implicasse tal coisa. Como se respeito não fosse essencial, mesmo no alto de 12.5cm de salto.
Dentro do razoável, tenho uma boa genética. Dona de um peito avantajado e de umas pernas que sempre foram bem torneadas – apesar de agora ninguém acreditar, acham que é tudo resultado do Gym, mas não – e que só melhoraram com o uso diário de saltos altos. Se não comer as porcarias todas que envolvem chocolate – e das quais eu não gosto nada – posso até estar razoável aos 40. A isso, se conseguir juntar princípios, posso até ser boa… pessoa! E gira!ahah
Com os gènes da família! =P
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