Disse, porque é um tema que aborda mil e uma questões,
opiniões e crenças que não pretendo meter em causa, nem argumentar –
principalmente por ser uma pessoa nervosa.
Mas para mim, estar calada é como um colete-de-forças,
por isso vou falar – só um bocadinho.
Crianças – minhas pessoas – precisam de Amor, Carinho, Atenção, Tempo,
Dedicação e Educação. Dessas coisas todas, elas aprendem outras, das quais
também precisam muito – Valores, Amor-próprio, Compaixão, sentido de Justiça e
Respeito. E todas essas coisas, que são essenciais em sociedade (apesar de não
parecer, neste país), são desenvolvidas por pessoas – com a ajuda de pessoas.
E pessoas – minha gente – não se define por géneros, define-se por atitudes - há
as boas, há as más e há as assim-assim, algumas perdem-se pelo caminho, outras
encontram-se a meio e redimem-se – é como em tudo, há o bom e o mau, só não há
o perfeito.
E o “normal” – por definição do Dicionário de Língua
Portuguesa:
1 – Conforme a norma ou a regra
2 – Que serve de modelo, exemplar
3 – Regular, habitual, ordinário
4 – […]
5 – Que não sofre de perturbações a nível físico e/ou
psicológico
6 – […]
7 – […]
… do qual tanto se fala e pelo qual tantos pregam – não tem
sequer sentido na prática. Porque normal, ninguém quer ser. Exemplar? Ninguém o
é. E habitual e ordinário, ninguém gosta. Regra? Quebramo-las todos os dias em
nome das coisas mais insignificantes.
Para os mais “reticentes” até anda por aí um estudo realizado por psicólogos
que garantem que “Homossexualidade não se pega”!
Esta para mim – foi a gota de água do ridículo. Quanto dinheiro se terá
desperdiçado num estudo deste, quando se podia estar a curar o cancro – ou a
própria homossexualidade, já agora?
Fique esclarecido, que gente que tem dúvidas dessas, provavelmente sofre dessa
mesma homossexualidade renegada – transmitida por via aérea, claro – ou, no mínimo,
de homofobia.
Mas sejamos honestos, foi um estudo necessário para acalmar certas almas.
Dito tudo isto, sobram ainda as instituições. Essas estão
só a abarrotar de crianças, de dificuldades, de FALTA de pessoal e de mais
cortes orçamentais, no pouco orçamento que já tinham – mas crianças, têm de
sobra. Dessas, espera-se que cresçam sem se tornar delinquentes, sem fugir
antes da maioridade e sem matar ou violar ninguém – porque isso já é uma
vitória.
E sem apontar dedos de culpa a ninguém, devemos de
realçar o óbvio – o óbvio é que um pai, uma mãe, um pai e uma mãe, dois pais ou
duas mães serão sempre mais eficientes a fornecer o essencial: Amor, Carinho,
Atenção, Tempo, Dedicação, Educação,… do que qualquer instituição
sobrecarregada ou voluntário que dispensou 4horas do seu tempo numa semana ou
num mês.
Heterossexuais não são mais, nem menos aptos a dar amor do
que Homossexuais - nem vice-versa. Amor, está mais do que provado, não tem
limite de idade, nem de géneros, nem de orientação. Pessoas que têm de lutar durante anos para
adoptar serão sempre melhores pais do que aqueles que deixaram um bebé no lixo,
ou no esgoto – indepentemente do sexo e da orientação sexual de uns e outros.
Quem dera a muitos de
nós, gente com um pai e uma mãe – ser filhos de lutadores, dispostos a tudo por
amor a um SER que nem é deles (ainda)!
A ideia, era só pararem de se agarrar a preconceitos e agarrarem-se a Amor - parece-me a mim.