quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

E mudam as Pessoas…

- “Estás diferente, não sei se gosto disso.”
Ele deve de saber, namorou comigo e aturou-me durante mais de um ano. Passou pela minha fase de menina, há dois anos, quando eu estava destroçada e tentou acompanhar a minha fase de mulher, quando tudo o que eu queria era a minha própria pessoa – quando já não encaixávamos.
No final, já só via o pior de mim, o insuportável e insubordinado egoísmo – e não era ele que o provocava, era eu – e a minha súbita ânsia de espaço para ser só eu.
Terminámos, já desgastados – foi a primeira vez que fui uma pessoa “má” para uma pessoa “boa”.

Não fiquei solteira muito tempo depois disso, nunca foi coisa minha – mas os 2 meses em que estive sozinha, foram mais do que suficientes para fazer de mim uma pessoa melhor, mais feliz e mais crescida.
Quando ele me disse que estava diferente, não o neguei, expliquei até que mudei para melhor, que corrigi muito daquilo que fazia de mim meio insuportável – e ele acenou, meio dúbio.

No final, aquela conversa deixou um gostinho amargo de dúvidas na minha cabeça – afinal eu achava-me óptima, mesmo quando ainda estava com ele, achava que estava frequentemente certa e cheia de razão, gostava até daquele olhar meio arrogante que me permitia exibir de vez em quando e que não me lembrava de ter desaparecido. E realmente, se já não sou tanto assim, é porque deveria de ter perdido algo pelo caminho. Tive de pensar nisso durante uns dias e com calma, afinal ainda sou muito daquilo, cheia de amor-próprio e de certezas – acho é que assimilei outros princípios básicos. Interiorizei que se não temos nada de simpático para dizer, podemos até ficar calados. Aprendi que segurar a minha língua por poucas horas que seja, evita muito veneno – porque sabe Deus que eu era venenosa nas palavras. E que nem tudo tem de ser feito a minha maneira, mas que eu posso acrescentar algo discretamente – aprendi o discretamente. Pratiquei o Ser Feliz, porque realmente só depende de mim e não tanto do sol, da companhia ou do dia da semana.

Comecei a aplicar a simpatia e ele determinou que eu estava diferente – o que dirá isso sobre o que ele aturou?!
Obrigado J., pela paciência.

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